Dizer que a história de Riomafra começou somente em 1870, com a emancipação política de Rio Negro, ou então, a partir de 1917 com a criação do município de Mafra, ocasiões em que nossos municípios adquiriram sua autonomia político-administrativa é algo compreensivo, porém controverso, pois assim como as pessoas que por aqui passaram ou viveram e ainda os acontecimentos ocorridos aqui, em referência única a este território, não fazem apenas parte de nosso passado, como são elementos formadores e inseparáveis da Riomafra de 2013.

Se a ideia da autonomia político-administrativa fosse usada como ponto de partida de nossa história, muitas tropeadas, imigrações, fatos religiosos e militares, cujas marcas estão presentes em nossas cidades, simplesmente não nos pertenceriam, mesmo tendo ocorrido neste mesmo chão em que vivemos, pertencendo ao ente administrativo a que integrávamos na época.

Brincando um pouco com essa ideia é interessante e curioso lembrar como, tomando por base a administração-política, este mesmo território já foi chamado, imaginando para isso que estamos ali, sentados em um banco na praça Hercílio Luz em Mafra.

Mesmo antes do descobrimento da América pelos europeus, em 1493, a Bula Inter Coetera, documento editado e assinado pelo Papa Alexandre VI, dividiu as terras do “novo mundo” entre espanhóis e portugueses, nesse momento estaríamos em território espanhol, permanecendo nessa condição também com a assinatura do Tratado de Tordesilhas no ano seguinte. Em 1580, quando o rei espanhol Felipe II herdou a coroa portuguesa, tornando-se monarca dos dois reinos, num período que ficou conhecido como União Ibérica, passamos a estar simultaneamente em território pertencente ao império colonial português e espanhol.

Com a Guerra da Restauração, a partir de 1640, entre os reinos Português e Espanhol, Portugal voltou a ter autonomia e graças ao trabalho de exploradores e bandeirantes, o Tratado de Tordesilhas foi ignorado, passamos então a estar em território lusitano.

Em 1660 estávamos em território português na capitania de Paranaguá. Em 1693 estávamos na Vila de Nossa Senhora da Luz dos Pinhais de Curitiba, na capitania de Paranaguá. Em 1710, com a extinção da capitania de Paranaguá, passamos a integrar a capitania de São Paulo. Em 1806 estávamos na Vila Nova do Príncipe (Lapa), na província de São Paulo, sob a administração Portuguesa. Em 1822 finalmente nos tornamos uma nação independente e com isso mudamos, sem sair do lugar, mais uma vez de país, agora como parte do Império Brasileiro. Em 1853 a província de São Paulo foi dividida e passamos a pertencer à recém-criada província do Paraná. Em 1870, deixamos de estar na Lapa e passamos a ser Vila (status de município) de Rio Negro, província do Paraná.

1709

1789

Capitanias Hereditárias 1534

Paraná antigo

Santa Catarina atual