1957, o país erguia na região Centro-Oeste sua nova capital, Brasília, logo o Rio de Janeiro deixaria de ostentar a condição de capital do Brasil. Uma audaciosa obra que marcou o governo do presidente Juscelino Kubitschek de Oliveira, ou simplesmente JK, o mineiro que prometeu fazer o país progredir “50 anos em 5” e, que para isso, implementou uma política conhecida como “desenvolvimentismo”, na qual defendia uma industrialização nacional em ritmo acelerado.
Nesse contexto, não somente a realização de grandes obras nas áreas da indústria, energia e transporte eram importantes, como sua inauguração, afinal, são cerimônias assim que permitem a demonstração da importância e a divulgação da imagem de desenvolvimento que se objetiva transmitir. Dessa forma em 1957, decidiu-se que o excelentíssimo senhor presidente da República, deveria inaugurar a chegada dos trilhos do Tronco Principal Sul (obra ferroviária que ligaria os estados do Rio de Janeiro ao Rio Grande do Sul) ao quilômetro 212.
É aí que nós, como Riomafra, entramos nessa história. JK iria não só inaugurar o trecho da estrada de ferro, como primeiramente visitar a sede do órgão responsável pela realização desta obra, o nosso 2° Batalhão Ferroviário, o Batalhão Mauá de Rio Negro, ou seja, os riomafrenses poderiam conhecer, ao menos de longe, o presidente da República.
Foi então que, na manhã de 30 de março de 1957, depois de um dia nada incomum de muita chuva em nossas cidades, que o avião trazendo o presidente e sua comitiva pousou no aeroporto de Mafra. JK, acompanhado do ministro da Guerra, o general Henrique Teixeira Lott (que seria candidato à presidência nas eleições de 1960) foi recepcionado pelo comandante do Batalhão rionegrense, coronel Antônio Negreiros de Andrade Pinto e por autoridades locais, seguindo na sequência, sobre muita água e lama de nossas estradas, até a sede do Batalhão.
Diferentemente dos carros fechados com vidro fumê utilizados no transporte de autoridades atualmente, o presidente desfilou por nossas ruas em carro aberto, um jeep do exército, do qual acenou para os riomafrenses que pelas ruas aguardavam sua passagem. A rua XV de Novembro, em Rio Negro, por exemplo, estava cheia, gente nas calçadas e sacadas, bandeiras na rua e no alto dos prédios, lá, nossos cidadãos juntamente das crianças de escolas aplaudiram a passagem de Juscelino.
No batalhão, JK passou em revista a tropa, no mesmo pátio de formaturas hoje utilizado pelo 5° Regimento de Carros de Combate, conheceu as instalações daquela unidade militar e almoçou junto a militares e convidados e, como não havia de deixar de ser, foi assediado por aqueles que lhe tiveram acesso.
Mas como o objetivo da vinda do presidente era inaugurar uma obra no km 212 de uma ferrovia que iniciava aqui, nosso ilustre visitante, em sua breve passagem, deixou Riomafra de trem rumo ao local do evento logo após o almoço.
JK chegou a região do km 212 e, as 21h daquele mesmo dia, já inaugurava aquele trecho ferroviário. Pernoitando sem grandes luxos, na sede da companhia de construção, na frente de serviço do Batalhão, de onde seguiu para Lages no dia seguinte.
Foi assim que, por algumas horas, um dos mais lembrados presidentes da República esteve não só em solo riomafrense, mas ao alcance, ao menos dos olhos, da nossa gente.
E viva nóis…
A soma de 3 mais 5, é 8
Sou riomafrense, de coração. Tenho uma filha nascida em Rio Negro.
A culpa não é só dos políticos, nós também temos nossa parcela de culpa por aceitar tanta gente despreparada e não educar direito nossos filhos.
Até a porta das casas ficavam abertas de dia…Hoje, mesmo fechadas, são arrombadas durante o dia e a noite.
A culpa é de quem? Quem é responsável pela educação? O Governo Federal!
Saudades da minha RioMafra.