Amanhã, 22 de agosto é o “Dia Nacional do Folclore”, uma data comemorativa que nos traz à lembrança uma palavra simples que é a palavra “Folclore”. Conhecida por todos (ao menos pela maioria), mas cuja compreensão plena de seu significado é de domínio de poucos.
Muito mais do que sacis, lobisomens, mulas sem cabeça e outros seres e eventos sobrenaturais do imaginário popular, o “Folclore” está ligado diretamente à tradição, à cultura e à história do povo. Sendo definido no site www.brasilcultura.com.br como “conjunto de mitos, crenças, histórias populares, lendas, tradições e costumes que são transmitidos de geração em geração, que faz parte da cultura popular”. Ou seja, o significado da palavra “Folclore” é muito mais amplo, abrangente e diverso do que costumeiramente acreditamos que o seja.
Tão abrangente em suas manifestações que, podemos dizer, estão muito mais próximas a nós, ao nosso dia-a-dia, do que temos real consciência. Ele pode estar presente em pratos culinários que você come, em músicas que você ouve, em crenças que você possui ou costumes que você pratica espontaneamente. Assim aquele chimarrão que você toma, o haluschki, o pirogue, o cuque e até o churrasco que você come, o truco que você joga, aquela bolacha de natal que você faz, a música que você ouve ou dança naquele baile de final de semana pode ter muito de Folclore.
O que mostra que, ao contrário do que alguns pensam, Folclore não é só coisa de criança em idade escolar ou, de quem gosta de contar histórias de assombração. Não é algo velho e chato, mas sim tradicional, por passar de geração em geração, e também divertido e prazeroso, pois apesar dessas bases tradicionais, Folclore é algo dinâmico, flexível, mutável, capaz de se adaptar às mudanças naturais da sociedade ao longo do tempo, se mantendo sempre atual e, portanto, atrativo.
Diferenciando-se assim, dos modismos ou simples costumes específicos de determinados tempos e lugares, que sem uma funcionalidade duradoura estão (e sempre estiveram), fadados ao esquecimento, no tradicional processo de desenvolvimento humano, onde o velho dá lugar ao novo.
Dessa forma, em todo esse contexto folclórico cercado por costumes e tradições herdados dos diferentes povos que formaram a nossa população, podemos dizer que Riomafra possui um folclore muito rico. Materializado por uma cultura popular que está por toda parte, das famílias “tidas” comotradicionalistas, até aqueles indivíduos “ditos” modernos, pois ela é e está disseminada pelo povo, que a pratica conscientemente ou mesmo inconscientemente em algumas situações.
Exemplo visível e palpável da presença e riqueza do folclore em Riomafra é o fato da existência de grupos locais dedicados à arte das danças folclóricas originárias de diferentes etnias.
Numa bela demonstração das características que a Organização das Nações Unidas para Educação, a Ciência e a Cultura – UNESCO estabelece para folclore, como tradicionalidade, dinamicidade, funcionalidade, aceitação coletiva e espontaneidade, esses grupos cultivam tradições ligadas à dança, que abrangem músicas, ritmos, canções, idiomas, trajes e um estilo próprio e característico de dança. Adaptadas ao nosso tempo, como não poderia deixar de ser, os grupos e as danças possuem uma razão de ser, pois mais do que preservar, divertem, animam, ensinam e exercitam seus integrantes, divulgam e representam a nossa cultura riomafrense, levando um pouco do povo desta terra ao público que assiste as suas apresentações aqui e em diversas outras cidades e estados.
Seja na energia dos passos de dança do Grupo Folclórico Germânico Trier, na leveza da coreografia do Grupo Folclórico Ucraniano Vesná ou na alegria do Grupo Folclórico Alemão-Bucovino Boarischer Wind, temos exemplos de mais de 20 anos (nos três casos) de entidades representativas e organizadas de algumas de nossas principais etnias, das nossas diferentes tradições, mas de um folclore que se pode dizer é riomafrense.
Do Bürgerkaffe, à Bucovinafest, ao Festival Nacional de Danças Ucranianas (que, aliás, acontecerá em Mafra no próximo mês de novembro) e das outras tantas e não menos importantes, entidades e formas com que o folclore se manifesta no meio de nós, tão essencial para nossa própria identificação como riomafrenses, quanto identificar, conhecer, respeitar e praticar o folclore, é incentivá-lo, pois essa é uma das principais formas de mantermos sua característica dinâmica, motivando sua passagem pelas gerações e assim perpetuando o nossa cultura popular.