1913 com a inauguração do trecho ferroviário entre Corupá e Três Barras, a ferrovia que passava pelo então território rionegrense (atualmente mafrense) agora nos ligava ao litoral catarinense, principalmente ao porto de São Francisco do Sul.
Além do transporte de cargas e mercadorias, que representava grande oportunidade de abertura de mercados e escoamento para nossos produtos e, que fez cair o movimento desses mesmos produtos (transportados até então principalmente por carroças) pela Estrada Dona Francisca, incrementou também o transporte de passageiros.
Agora a viagem de trem, já existente até Curitiba e os Campos Gerais desde 1895, também podia ser realizada até o litoral catarinense, uma viagem mais rápida, confortável e segura do que os meios disponíveis à maioria das pessoas da região.
Assim, como é de conhecimento, junto da inauguração da estrada de ferro se inaugurou-se também a estação ferroviária da margem esquerda do rio Negro, a segunda estação de Rio Negro que se tornaria poucos anos depois “Estação de Mafra”, cuja estrutura (diferente da original, fruto de alterações realizadas ao longo do tempo) ainda pode ser vista junto a ferrovia no centro da cidade, abrigando hoje em suas instalações a Secretaria Municipal da Criança e Ação Social.
Mas é claro, um município com o território tão extenso quanto o nosso e da mesma forma com uma população presente em todos seus cantos, não teve apenas a criação de uma estação, mas também outras espalhadas pelo interior ao longo da estrada de ferro, completando o serviço de atendimento de transporte de passageiros realizado pelas estações ferroviárias.
Assim, no território mafrense, na Linha São Francisco, existiam ainda outras estações, como o Avencal, Canivete, Turvo, Barracas, inauguradas na mesma data em que a estação do centro de Mafra (em 1º/04/1913), portanto, apraticamente a 101 anos atrás.
Após décadas de utilização, atualmenteaquele trecho encontra-se desativado e, se os trilhos e seus dormentes já sofrem com a ação do tempo, as antigas estações de passageiros praticamente desapareceram, restando delas apenas alguns vestígios.
Deixando a estrada que leva a localidade de General Brito e caminhando pela estrada de ferro, na metade de uma grande reta, o pequeno prédio da estação telegráfica, da antiga Estação do Turvo, surge diante dos olhos, cercada pelo mato alto, ostentando ainda em sua fachada o emblema da Rede de Viação Paraná Santa Catarina, uma das poucas coisas que resistem em estado razoável de conservação, pois o telhado está danificado e apesar da estrutura de alvenaria, não existe mais o assoalho, portas ou janelas e as paredes internas estão completamente pichadas.
Mas, apesar do mal estado, a estrutura que resiste ainda nos mostra um pouco daquilo que foi no passado:
Enquanto o prédio da estação telegráfica ainda apresenta a divisão das suas salas em que desenvolvia seus trabalhos no passado, o prédio da estação de passageiros de 1913, construído em madeira, não existe mais.
A estrada de ferro em suas proximidades ainda apresenta os bueiros escoadouros de água, que evitavam o acúmulo de água junto aos trilhos e deles até a estação, possibilitando uma melhor aproximação dos passageiros ao trem, inclusive apresentando pedras que cobriam o solo naquele local, mantendo-o o mais seco e limpo possível.
E é assim, que a estação telegráfica da estação de passageiros do Turvo (ou General Brito), que faz parte da ferrovia em nosso município, “ainda, ainda” é capaz de nos contar um pouco dessa história, que fez parte também da vida de muitos de nossos avós.
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