Que riomafrense nunca reclamou da falta de sol naquelas longas semanas nubladas, onde o incômodo tom de cinza provoca um verdadeiro sentimento de saudades do azul do céu? Quem aqui, não se cansou daquelas chuvas que “não dão tréguas” e se prolongam por dias, ou mesmo nunca reclamou das baixas temperaturas de nossos dias de inverno?
Legais para alguns, desgastantes e até “depressivas” para outros, mas desconfortáveis a todos (pelo menos em algum momento), essas situações são extremamente comuns à vida dos habitantes de Rio Negro e Mafra, pois fazem parte das características geográficas/climáticas desta área.
E mesmo sendo de conhecimento amplo, nem por isso a paisagem nublada, a chuva e o frio deixam de ser tema de rodas de conversa e alvo de constantes reclamações. Algo bem visível atualmente, pois até ontem, por dias, não tínhamos conseguido ver um só raio de sol, não parava de chover e o frio era intenso (e ainda é).
Frio que é de certa forma, tradicional em Riomafra e que proporciona paisagens belíssimas ao vestir nosso chão, casas, gramados e árvores de branco. Beleza que é ao mesmo tempo desconfortável seja em casa, na escola, no trabalho ou nas ruas da cidade, no ardor do rosto e das mãos desprotegidas, na dor de articulações (principalmente os joelhos) e na sensação de pés gelados. Mas, se isso é ruim, imagine qual era a sensação dos tropeiros que viajavam sob o gelado ar de nosso inverno no lombo de cavalos, tomando chuva e dormindo em barracas.
Dessa forma até seria possível dizer que assim como o frio é comum a esta região, ele também fez parte da vida das pessoas, que no século 19, participaram da formação da nossa população. Enquanto tropeiros enfrentavam nossas geadas, nossos avós que imigraram da Áustria, Alemanha, Ucrânia ou Polônia, enfrentavam temperaturas bem menos confortáveis que aquelas dos dias de geada, pois o inverno europeu é mais, muito mais, rigoroso que o do Paraná ou Santa Catarina. Assim, por exemplo, um colono Bucovino enfrentava temperaturas abaixo de -20°C, isso nos idos de 1870, com recursos bem menos avançados para combater o frio daqueles que dispomos hoje. Lá não somente o frio, mas as nevascas alteravam por completo a rotina das pessoas durante o inverno, restringindo em muito suas atividades.
Mas mesmo sendo Riomafra uma terra de geadas, onde a ocorrência de neve é pouco favorecida, a última vez que nossos imigrantes viram flocos de gelo cair do céu não foi em sua terra natal, mas aqui mesmo. Como exemplo, ainda no século 19, Riomafra viu neve em 04 de agosto de 1881 e, em 19 de junho de 1892, quando, como para matar as saudades da Europa, o fenômeno durou o dia inteiro.
E se meio as diversas informações que prevê a ocorrência de geadas brancas e geadas pretas, quem acreditava que neve era coisa de outros tempos surpreendeu-se com o espetáculo que testemunhamos nesta terça-feira, algo realmente lindo, encantador e dolorido, é claro.
Então vemos que o frio é tão comum a esta terra quanto às pessoas que nela viveram e vivem nos dias de hoje e, que com certeza, reclamações não interferem em nada em sua ocorrência, mas que sem dúvida não são elas restritas aos nossos dias, pode ter certeza que por mais beleza que o frio confere a nossa paisagem, nossos avós também reclamavam toda a vez que ele se mostrava um desconforto ou entrave a suas atividades.
Odeio a neve suja de Rio Mafra, na Europa é muito mais macia e branca! kkkkkkkkkkkkkkkkk pobreza mata”
Pra quem está postando comentário no clickriomafra, deve ter muito o que fazer na europa! Talvez juntar a neve macia e branca pros ricos de lá! kkk…
e realmente é muito frio, assim como o verão é bastante quente.
É normal a nossa reclamação, ora de uma coisa ora de outra.
Mas, não tem preço que pague a beleza da neve que veio.
abraços a todos.